DAS NECESSIDADES DE TODOS OS TAMANHOS
Tem dias que me contento
com o seu silêncio.
Minhas carências estão por demais adormecidas.
Outras vezes necessito de um rasgo do seu olhar,
um laivo de sorriso,
uma palavra adocicada,
como filhote de jabuticaba
descobrindo-se em fruta.
Às vezes preciso sentir o perfume das suas pétalas,
enviado na missiva do vento,
ou a textura fugidia da sua pele, no escorrer dos dedos apressados.
Porém, ocasionalmente,
se muito não for lhe pedir,
me regozijarei em sentir o sumo da sua presença,
o viço do seu toque,
a sensação de infinitude do seu abraço e
o frenesi pela possibilidade do beijo,
só para renovar os estoques de esperanças ou de ilusões,
a depender do ensolarado do dia,
e tanger um pouco essa solidão que teima em lavrar
uma escritura definitiva em meu coração.