ESTRANHEZA
Já precisei de ter forças pra sorrir
Quando fraco fiquei a chorar
Já tive muito medo de me ver
Quando fechei os olhos pra enxergar
Já disse pra mim mesmo: vai vencer
Mas vencido, convencido a fracassar
Já senti o ânimo me desfalecer
E a mão estendida não me alcançar
Já tive razões pra subir, ao descer
Já tateei, a ofuscar-me a luz
Já me vi de braços bem abertos
Para não abraçar a cruz
Já me vi estranho ao me conhecer
Temeroso mistério a se desvendar
Já encontrei o que nunca busquei
Na ânsia, no afã de me encontrar