À LUZ DO DESESPERO

À LUZ DO DESESPERO

À luz do desespero

reverbero a coragem num apelo.

À luz do desespero

colho pedras e

mais pedras da descomunhão.

É o castigo por estar no mundo,

é a fuligem na forjaria cedo,

e cedo se anuncia o dia,

partindo a lua em dois...

Na hora pois do desassossego

carrego pregos

da minha própria cruz.

E à luz do desespero

procuro ainda uma aura de luz...

Por dentro força a luz da paixão,

que não se agrega a mais nada.

À luz da própria compaixão:

o reflexo indômito de nosso amanhã...

FERNANDO MEDEIROS

Campinas, é primavera de 2007.