EM VÃO

Furtiva

foi a lágrima

que escorreu,

se perdeu

na pátina

do tempo

que correu,

no lamento

que ficou,

na página

que virou,

no vento

que varreu

o sonho

que não vingou.

Furtiva,

fugitiva,

fatídica

na morte

que incorreu,

no destino

que escapou,

no desatino,

sem norte,

sem sorte,

sem glória,

uma estória

que não escreveu,

o pouco que se viveu,

tampouco aconteceu

apenas, agonizou

nas linhas da poesia

que o poeta

na sua vã melancolia

nunca terminou.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 28/05/2021
Código do texto: T7265749
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