PERDÃO AOS POETAS
Os olhos
do poeta
devem ser perdoados,
pois miram
muitas direções,
mas nem sempre
enxergam
sob a mesma
óptica de quem
os vê.
Se os olhos
brilham
pode não ser
próprio esse brilhar;
talvez venha
da lua,
de outro astro,
outro lugar.
E se as lágrimas
escorrem
pode ser
um sentimento
inesperado,
água do mar,
de um rio,
sabe-se lá.
Se numa
avenida do olhar
o poeta
se perde
é porque não
soube que
caminho percorrer;
perdeu-se nas
opções de veredas
que o universo,
para ele sem perdas,
pôde oferecer.
ago/2001