PROFANAÇÃO
Mais tarde a saliência e a galhofa,
descobriram Iracema na beira da praia,
tomaram-lhe os peitos em cartões postais,
dados como engodo a estrangeiros cordiais.
Otários de ambição que não sabe barreira de classe,
jantam entre bananeiras e lustres cafonas de cristais,
o restos dos índios que comem gente e palavras sem vogais.
Vomitei até não mais poder, a empáfia e a fineza,
quando da safadeza das carnes tomei ciência.
É gente pagã com labaredas sob as saias,
e voluptuoso apetite pelas desgraças.
Um dia, o amor atingiu como pedrada,
a feiura das feras que habitam regiões profanas,
e acabou-se o mundo no fundo da cabaça.
O couro comeu noite adentro e perna abaixo,
da gente empoeirada de modos vulgares.
Construções soterraram o sonho de Ceci,
bundas largas cresceram em Macunaíma,
e seres irrelevantes deixaram de abençoar a noite.