Somos,Fomos ou Mudaremos

Somos a nação engravatada

(gravata estranguladora de sonhos)

Somos a etnia inconformada

jogada nas escadas de um monumento

(sem dono)

Somos Jovens covardes

(Deprimidos e suicidas)

Esperando e rezando

(Para ser o rei Midas)

Somos o grito

Somos a fúria

E estamos calados

Mergulhados em luxuria

Estamos nos shoppins,

e nas praças do centro

Fazendo a fumaça

Que corre com o vento

Nós fomos acusados

e julgados Culpados

Nas leis impostas

por velhos bastardos,

Que se dizem homens de bem,

cidadãos civilizados

Não fomos pras ruas,

não fizemos protesto

E tudo continua

sem ordem ou progresso

Não somos mais jovens,

não há gravatas ou terno

Nossa autonomia congelada

Por um triste inverno

Não há mais heróis

Com flores na mão

Pois estão caindo de bêbados

Ou ouvindo o sermão,

de um Deus deprimido

mais lobo a ovelha,

de um ser reprimido

sem teto e sem telha

De um povo carente

Com fracasso eminente

Fingindo não ver

O que há em sua frente.

MISÉRIA!