SE EU SOUBESSE
Soubesse eu
da plenitude
infinita,
profunda
e inalcançável
do sentir
e então
poderia estar
plenamente a sorrir.
Soubesse eu
do incomensurável
enraizamento
do sentir
e não ficaria
estarrecido,
triste, enfraquecido
diante do viver.
Soubesse eu
da inatingível
extensão
da força
que brota
do âmago,
do mais íntimo
do ser,
e não teria
a expressão
marcada
com o sofrer.
Soubesse eu
da dor
que atinge
todo o viver
e então
não deixaria
meu coração
se aperceber
do puro,
terno
e mais lindo
amor
que pode existir.
01/10/1991