Corpo caido
É noite e meu corpo vagueia
Como um cão vadio sem canto e sem casa
Vem uma mariposa alheia
E repousa meus ais sob suas asas
A lua de longe observa
Os meus passos tortos cortando o silêncio
Da vida que ora me leva
Sem obedecer o que eu sinto ou penso
E o bicho que quer me pegar
Espreita paciente quando vou dormir
Medonho ele assusta o luar
E uma estrela medrosa que vem me cobrir
Repouso então os meus ais
Junto aos animais e fazemos preces
E ao dormir o medo se desfaz
E meus conflitos em paz uma vez mais...adormece
“aos que padecem na inquietação
entre a loucura e a razão
do imponderável juízo”