O Avoado!

Tropeço no asfalto

gingando pra equilibrar

derrubo o café

quebrando xícara num tilintar

mostro-me em chamar

mas com um mal cálculo com o pé

chuto seu calcanhar...

Derrubo a bandeja

sujo seu casaco

tento uma sertaneja

e estouro seu cavaco

se fuma, cuidado

pra que não apague o cigarro no da frente

enquanto foge de meu espirro exaltado!

"-Desastrado, desatento

Azarado... Toma cuidado!!"

Avoado em pensamentos

não recorda nem de onde vem

pra onde vai dar ou quem é quem.

porque está em outro lugar

decifrando a cor do luar

sem se preocupar

com qualquer alguém.

Esbarra em todo mundo.

"ops, desculpa" -fala por segundo!

esbarra até em porta, gancho...

tá sempre um garrancho

porque não repara

quando rasga a calça ou a pele

continua em frente na sua mente...

O acaso me protege

O descaso me compromete

porque não é o que parece...

A desatenção é o desastre

que nem se fosse santidade

teria tanta sorte de fugir da morte

quanto a sorte que me padece...

FlávioDonasci
Enviado por FlávioDonasci em 07/11/2007
Reeditado em 08/11/2007
Código do texto: T727647
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