Voltei!
depois de um frio inverno
ressurjo quente e absoluto
sou indigno do perdão alheio
sou sua parada obrigatória
sou a melhor hora...
a estrofe inacabada
o sentimento nulo
voto de confiança
que outrora fora quebrado
voltei mais ácido
sou o veneno e vos sirvo
pedaço a pedaço
corre! pois o bicho pega
nega que um dia fora meu
quem de fora vê, crê
naquilo que lê
você diz
porque não me esquece
e ao contrário me procura
ando oculto
off line
bloqueado
sob o manto da insegurança
e da covardia
regresso
é uma alternativa descartada
é inúltil, porém sou fútil
bisbilhoto, visito, inquiro
e acredito
o bom dura pouco
o louco vê o meu mundo
e desenha dois traços
que jamais se cruzam
no curto espaço
ambígua é a maneira
de se metaforizar despedidas
pois quem parte quer ficar
e quem fica quer partir
deixa
voltei!