Voltei!

depois de um frio inverno

ressurjo quente e absoluto

sou indigno do perdão alheio

sou sua parada obrigatória

sou a melhor hora...

a estrofe inacabada

o sentimento nulo

voto de confiança

que outrora fora quebrado

voltei mais ácido

sou o veneno e vos sirvo

pedaço a pedaço

corre! pois o bicho pega

nega que um dia fora meu

quem de fora vê, crê

naquilo que lê

você diz

porque não me esquece

e ao contrário me procura

ando oculto

off line

bloqueado

sob o manto da insegurança

e da covardia

regresso

é uma alternativa descartada

é inúltil, porém sou fútil

bisbilhoto, visito, inquiro

e acredito

o bom dura pouco

o louco vê o meu mundo

e desenha dois traços

que jamais se cruzam

no curto espaço

ambígua é a maneira

de se metaforizar despedidas

pois quem parte quer ficar

e quem fica quer partir

deixa

voltei!

Poeta Fernandes
Enviado por Poeta Fernandes em 08/11/2007
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