SAUDADES

Limpei minh'alma com o pranto

Que deságuou dos meus olhos

Lavando meu rosto da angústia

Que latejava meu peito

Desembocando em mim

Um vendaval de saudades

Que habitam meus versos.

As velhas árvores no quintal

Lamentavam a solidão

Sem esperanças de ter as folhas de volta

E as pedras ao seu redor

Jaziam sem as tintas que as coloriam

Tirando delas a natural beleza

Que as mãos humanas teimam

Em dirimir da natureza.

Velhos tempos!

Um lamento explodiu da seca garganta

E fez ressurgir lembranças

Que passeavam pelas retinas cansadas,

Mas sedentas a espera delas.

Seria um último desejo?

Não sei,

O que sei é que elas vieram,

E se acomodaram rente ao peito

Desabrochando o passado

Sorrisos, risos, abraços, brincadeiras... saudades.

Conceição Maciel
Enviado por Conceição Maciel em 17/06/2021
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