SAUDADES
Limpei minh'alma com o pranto
Que deságuou dos meus olhos
Lavando meu rosto da angústia
Que latejava meu peito
Desembocando em mim
Um vendaval de saudades
Que habitam meus versos.
As velhas árvores no quintal
Lamentavam a solidão
Sem esperanças de ter as folhas de volta
E as pedras ao seu redor
Jaziam sem as tintas que as coloriam
Tirando delas a natural beleza
Que as mãos humanas teimam
Em dirimir da natureza.
Velhos tempos!
Um lamento explodiu da seca garganta
E fez ressurgir lembranças
Que passeavam pelas retinas cansadas,
Mas sedentas a espera delas.
Seria um último desejo?
Não sei,
O que sei é que elas vieram,
E se acomodaram rente ao peito
Desabrochando o passado
Sorrisos, risos, abraços, brincadeiras... saudades.