O caule dormente...

As mãos que afagaram os sonhos

Plantaram o caule dormente na jarra

Lavaram da louça a fome

Varreram dos cantos as saudades

Livraram das teias os pensamentos

Quando batiam fios de ovos na tigela

As mãos que chacoalharam o adeus

Aplaudiram a chegada dos amores

Cuidaram de regar cada momento

Com borbulhantes risadas e abraços

As mãos que despojaram de tudo

Se enlaçam no peito se trançam

Quando já não há sonhos assando no forno

E nem há aromas de cafés exalando do bule

As mãos descansam, apenas se deixam

Abraçadas em silêncio, repouso as teclas

Jennifer Melânia
Enviado por Jennifer Melânia em 19/06/2021
Reeditado em 05/07/2021
Código do texto: T7282625
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