Brisas sussurram...


Brisas intermitentes chegam
Na casinha de madeira
da mulher solitária...
Vêm bendizer seus filhos amados.

Transeuntes na vila, recolhidos
Em reflexões, passeiam com seus cães
Pelas ruelas, em meio à opacidade
Nem se dão conta do instante que passa.

Brisas me sussurram melodias
Deliciosas, de amores passados
Brisas balançam flores no jardim,
Pétalas róseas de amarílis se vão.

Na ponta do costão, ausente,
O homem grisalho fita sol e céu
Reflexos brilhantes piscam...
Ondas estremecem... salpicam o ar.

Nas canoas, remando e pescando
Brisas vêm saudar bravos homens
Tépidas manhãs de um seco verão
Pescadores incansáveis no infinito mar.


________________________________________
Izabella Pavesi
________________________________
imagem:  internet