O advento das cruzes que carregamos

sempre nos queixamos de tudo

sempre nos sentimos em paz

mas ninguém se acerca pela aparência de veludo

que sobra nos restos de um discurso voraz

anunciamos o descalabro das vontades

nos pântanos concretos das fantasias ocas

em que sempre nos queixamos e as necessidades

de as passar para outro nos tornam pessoas secas

aliviamos a consciência com uma mera formalidade

de anúncios de preocupação no advento das cruzes

que carregamos sem afecto, sem desejo ou normalidade

somos abjectos de vontade e escapamos das pazes

Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 24/06/2021
Código do texto: T7285969
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.