O advento das cruzes que carregamos
sempre nos queixamos de tudo
sempre nos sentimos em paz
mas ninguém se acerca pela aparência de veludo
que sobra nos restos de um discurso voraz
anunciamos o descalabro das vontades
nos pântanos concretos das fantasias ocas
em que sempre nos queixamos e as necessidades
de as passar para outro nos tornam pessoas secas
aliviamos a consciência com uma mera formalidade
de anúncios de preocupação no advento das cruzes
que carregamos sem afecto, sem desejo ou normalidade
somos abjectos de vontade e escapamos das pazes