tédio...

O tédio personifica-se no horizonte próximo

Demasiado próximo

Tão próximo que lhe sinto a respiração

A radiação que exala

Tento-o destruir com a força do meu olhar

Mas apenas consigo fortalece-lo ainda mais

Não aguento mais…

Vou sucumbir…

Ligo a bomba relógio e preparo-me para o fim

Já está…

Já oiço o tic tac hipnótico

Morrerei mas não me importa

Entre o tédio e a morte, venha esta

Esboço as últimas rezas que invento num esforço

Peço perdão a um deus que invento

Pela blasfémia que em consciência cometi

Mas já não vale a pena…

Não há misericórdia que baste

Respiro fundo, e preparo-me para o epílogo

Está quase…

Vai acontecer a qualquer momento

A qualquer momento

A qualquer momento

A qualquer mo

Miguel Lanzarote Lúcio
Enviado por Miguel Lanzarote Lúcio em 08/11/2007
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