POEMINHAS PARA LER SEM PRETENSÕES.
Para ter prazer
na vida,
é preciso entrar
em estado pedra.
É do silêncio
que nossos olhos
enxergam as
coisas que nos
dão prazer.
Ontem me
dispus a
compreender
o nada,
digo, não foi
fácil,
o nada
é um estado,
que nós leva
a lugar
Algum.
Era noite, e as estrelas
estavam azuis
aos olhos das aves,
estranhei a afirmação,
Luizinho disse
que passarinho
a noite enxerga azul,
porque de dia é tudo
muito claro.
Uma ave bicava
a lama,
meu pai disse
ela está bicando
a fome.
Mais tarde entendi
que era uma expressão
linguística.
O vento
passou,estendeu
meu olhar,
sumiu daqui,
sumi com ele,
o infinito tem
fim?
Ela me perguntou,
respondi,
nem fim,nem
começo.
Em lugares
vazios,
há coisas,
esperando
ser criadas.
Um sapo
gozava vendo
o rio passar,
eu gozava da
sua felicidade.
Meu pai disse:
Deixa
deixa de ser coió,
eu comecei
a rir,
os olhos do meu
pai não enxergavam
iguais aos meus.
Mais tarde compreendi
eu via a poesia,
ele o concreto.
Gostava da palavra
carcará,
achava sonora e poética,
um dia o carcará
voou levando um
sonho nas unhas,
fiquei triste,
daí pra cá passei
a não me enganar.
Pus um
pássaro numa
rosa,
hoje quando
escrevo,
o jardim gorjeia,
minha vó,
me dizia coisa
bela,
linda pétala,
ela não ouvi
o som das coisas.
As tardes,
quando o sol entra,
o homem sai,
de dia ele é ação,
a noite
é pensamento.
A lua,
desatou seu cachecol,
desabotoou os botões
da blusa,
me convidou pra entrar,
quando ia entrar,
acordei,
acho que ela me quer,
mas não posso,
estou amando uma
estrela que encontrei
num carnaval.