Façanhas
na voragem do sentido perdido
encostamos a vida ao anjo da guarda
ao desejo de encontro, de dia urdido
em teias de aranha velha que aguarda
pelo encosto sem façanha que agoira
terminar a viagem brusca da fantasia
num passeio de passos áridos em que a lira
é o único alento de vida em heresia
na voragem da façanha perdida
encostamos o anjo da guarda à alma perdida
ao desejo de urdir uma vitória desmedida
que faça fugir a aranha desta vida