Há uma voz que não cala 
no grande vazio que não tem começo nem fim
descubro-me sempre universo
de infimidades nas galaxias das minhas crianças girassóis
Descubro-me sempre uma metáfora impura
viajando e buscando além do tempo
o sentido desse grão de mostarda e enxofre
descubro-me sempre na poeira do canto
de pássaros mortos
E ouço o eco funerio dos vivos
soletrando a vaidade 
porque tudo é vício e vaidade
debaixo das solas de sapatos
enquanto fetidas
as línguas
não cansam de lamber-se