A FUGA NÃO FAZ SENTIDO
Quem sabe me falte toda a pena nas mãos,
e que nela não cabe as tintas da cena que me dê ascensão,
Sendo tudo isso , o vão no pulmão , a desculpa de não alçar voo
Sinceramente, Rilke, está certo.
Nenhum poema atinge sequer a fina veia se sangue nele não tiver.
Aliais, o que seria desta farta ceia
se nem a má vontade penetra, em gosto, a carne de banquete qualquer.
Não! não julgue o inutil, nem o ridículo, muito menos o verso cubículo
que eu e muitos aqui escrevemos,
Não nos julgue, estamos encantados e não entendemos ainda o despertar
inflados, ainda não perdemos os lábios das sereias nem o teu ar.
Apenas voltamos
Apenas, para casa achamos voltar, mas enlouquecemos ... veja!
circulamos nos passos de dança no fundo do mar,
Sentimos adoçar a aliança a criaturas que sabotam no devorar.
Nós, somos a própria moldura desse precipício.
Então, porque não nos afogamos, se tanto amamos, desde o início ?