Espanto

as pessoas têm essa tentação das flores

do chilrear do passarinho que depois fritam

saciadas na sua ignomínia que temos de aceitar sem dores

que a morte tudo silencia menos os que gritam

e qual seria o espanto se a vida se esvaísse sem o desnorte

dos que desaparecem antes dos projectos voarem

antes da firmeza se ausentar para um beco sem sorte

em que a harmonia seria fria para depois aterrarem

na morte em vida dos que nunca se importam

e qual seria o espanto das mentes e do conteúdo

das permanentes dúvidas e do que desgastam

dos violentos desapegos que de repente destronam tudo

Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 06/07/2021
Código do texto: T7294098
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