NO SEU MUNDO, PEQUENO
No seu mundo, pequeno e infinito,
Cada passo uma cena, um problema
Que declama com paixão febril,
Ilustrada, erudita, perfeita,
Como quem sussurrasse tormentas.
Negligência da forma é sintoma
Do auto-exílio, convém à agonia
Da verdade, arabesco ou detalhe
Que o mau gosto em parte abonaria.
No céu desse seu mundo pequeno
Jaz um sol de papel desbotado,
Triste feito remorso de puta.
Dias desse sol que nada vê
Chegam, duram, partem para o abismo
Dessas coisas sem chance ou beleza.