AURORA DE SANGUE
Aurora de sangue,
De garras e dardos
Solares, a hora
Prenhe de seu grito,
Nua nas colinas
Dos silêncios lidos,
Fuga acometida
De loucura e dor.
Semblante do eterno,
Brevíssima chama
Perplexa, agonias
Na tez desse céu.
Vamos conduzidos
Por seu carro exato
Como luz ferindo
Nossa espera em crises,
Reticentes vultos,
Sombras do que fomos
Sem certeza à destra
Pelo quanto resta,
Véspera de vermes
Avessos ao dia,
Claudicantes tolos
No limiar do nada.