A quatro mãos
Deixa eu ser pra você
O suór e o sorriso de uma noite
O calor de um momento intenso
O motivo de um pecado rasgado
A quatro mãos, e o mapa nas costas
Contra a parede o pescoço que se enforca
O galope da amazona em meu dorso a molhar
A cama, meu corpo, minhas palavras
Que fogem da minha boca em ritmo frenético
Enquanto seguram seu cabelo, seus quadris
Tão meus, tão macios em minha boca
És minha puta, e minha santa
Por entre botões e zíperes abertos, outrora carcereiros
Do nosso sexo, que já não se fecham
Tudo está livre, apto a se comer e engolir
E nossa dieta não tem restrições
Vale tudo, até mesmo amar
Sentimento de posse e liberdade
Que faz arrepiar os pêlos e queimar os olhos
Que desejam fundo, profundo o mundo
Que cabe em nossos corpos nus
Molhados da saliva, do suór e do gozo
De nos encontrarmos livres
Quando estamos presos
Um dentro do outro.