GVASALIA
Traga um cravo vermelho solitário,
para entregar ao fantasma que passa,
o espírito da Espanha de arquitetura perdida,
não sei se homem, mulher ou criatura etérea.
Nesses esportes, em que a vida é especialista,
muros são pontes onde a alfaiataria aporta.
De frente, um tecido em paisagem adamascada,
quando parte é lembrança farfalhante de tafetá.
O perfume da ausência é a obra estabelecida,
condenada na mente como pecados desejáveis.
Então passa sem música, sem a menor afetação,
a elegância ambígua dos que não tem mais nome,
nem tempo, nem mais razões para a redenção.