Abrandar

Eu busco o diferente

Não o que sacie a multidão

Falam que o poeta só pensa no poente

Mas o poeta usa a palavra para a administração

Administração? Tratar de negócios?

Sim, negociar as especulações internas

Os gritos afoitos, a saída para o mundo afora

Alina sem limites, explodindo de idéias

Mas a multidão é tartaruga, deixa ir

O dinheiro é como uma coméia

Que ameaça o enxame a se extinguir

Eu fiz o sucesso na minha cidade

Que sucesso? Alguns vão perguntar

De subir no palco e ter a força de vontade

De deixar a alma estreita se declamar

Setores, categorias, matemáticas nos circuitos

Mas as mãos mexem com o português

De noite as idéias me picam como mosquitos

E eu vôo alto com a minha insensatez

Meus interesses não cabem na rodela do mundo

Quietinha? Tudo bem, fico calada, mas as mãos costuram

Então: pego, amasso, piso fundo

Tenho papéis que se misturam

Mas o papel principal, tudo bem, espera

Está lá, na calada da noite, todo sedutor

Poeta já criou a sua nova era

E faz brisa tão suave o vento pertubador.

Alina Souza

Alina
Enviado por Alina em 09/11/2007
Código do texto: T729971
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