Tudo bem
gostas de enfiar a cabeça na areia
em gritos mudos que encontras
num refúgio de passados numa teia
que te envolve com doçuras e prostras
a poesia numa tatuagem a fogo
numa ausência de sentido
todos passam ao lado do epílogo
das muralhas que crias do teu ácido
que te flui na alma com permissão
de quem te violentou, tudo bem
a morte pode levar-te na remissão
dos pecados, ou podes mandá-lo para o além