SAIDEIRAS

Eu jamais esperava vê-la naquela noite acesa,

quando pairei os meus olhos na sua silhueta

e tudo se transformou num inquieto poema

(o verso é a única coisa que me encomenda).

Foi muito difícil diminuir o ritmo dos nervos,

desviar os sentidos e lubrificar o pensamento.

Teimosamente pensava como seria o seu beijo

e as notas do seu sussurro no dado momento

que a minha língua passasse na curva quente

do seu pescoço e na cartilagem da sua orelha.

No seu colo macio o tamanho do meu desejo

explodiria sobre sua alma e voltaria aos seios

e à rigidez bicuda dos seus mamilos perfeitos.

Só queria beber as suas duas últimas cervejas.