Réu Confesso

Que bom,

meu amor,

que a gente se encontrou

depois de eu ter esperado

por tanto tempo

na fila do pão.

Ainda assim confesso,

como réu primário,

que me sinto meio otário

por ter esperado paixão

e sinceridade

de quem só podia mentir.

Mas assim as coisas são

arrombei as portas

dos meus sonhos

pra você sair

e perdi a hora

de acordar.

Deixei de amar

as noites e as pessoas

e deixei de viver

o amor e as alvoradas,

procurando entre ruas e calçadas

a paz que você me roubou.

mas ainda assim eu digo,

que bom,

que você me olhou,

e que eu tenha te amado,

da mesma forma,

que só um louco é capaz,

de amar as coisas tortas.

abri meus olhos

e fechei as portas

do meu coração

mas ainda hoje

guardo comigo

no fundo do peito

aquele velho vazio

que você me deixou.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 30/07/2021
Código do texto: T7310416
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