Beleza (bem)dita
Na cavidade entorpecente
o prazer latente
do símbolo obsceno
que a(s)cende
o desejo
És do poeta
instrumento vertente
Jorra de teu vértice
os versos indolentes
blasfemos e insanos
santos e profanos
Sibilo das dores
dos ais e lamentos
gemidos de prazer
uivos de sofrimento
e palavras de alento
Dragão feroz
com língua de fogo
queima a alma
faz arder o corpo
Boca do inferno, boca maldita
és o prazer do ósculo, da maledicência
és o prazer carnal, canto celestial
És a beleza
beleza (bem)dita!