DA JANELA DA MINHA ALMA

Mal amanhece,

o sol, já desperto,

das montanhas do infinito desce

arrastando a noite pelos cabelos,

nua, em pelo,

que se despedaça em mil diamantes

colorindo, de cada vida, um instante...

As folhas, de olhos inchados,

tremelicam sob o sedoso vento,

algumas saltam sobre o molhado

chão se despedindo do tempo...

Da janela da minha alma

vejo o cortejo de coleópteros

subindo e descendo a escadaria de luzes e,

mormente a vida que nasce,

(sinais de pruridos nascituros),

um mar de piedosas cruzes

signam o fim de embates...

Somos como pegadas

em uma longa estrada,

juntos,

o absorto junco

e a glória,

escritos pelo poeta divino,

guardados em sua memória...