Carente de luz
Na madrugada ouve-se o grito
Angustiante levado pelo vento,
Tempestuoso e tao violento
Que torna o ceu rubro e aflito.
Com os olhos cansados eu fito
Um estranho e triste firmamento,
Vermelho escuro como o pensamento
Meu que sangra de horror infinito.
Arrasta-se a tempestade de minhas dores
Pela raiz arrancando todas as flores
Na eternidade de ocasos obscuros,
Debatendo-se minha alma num corpo triste
Onde a angústia de um coração persiste
Sob as sombras de fantasmas escuros.