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Argúcia do Mundo
(Clamor aquém da vida)


Quão vergado é o íntimo dos que vagueiam pelo chão...
Mesmo já rastejando pela ínfima linha do horizonte...
Desabam no infinito redemoinho do recôndito inconsciente...

Ser um sopro exaustivo e só vegetar no mundo...
Respirar somente - Ter nos olhos a mudez que lamenta...
Ter no olhar fustigado o cansaço pelo que mais se deleita...

Soa a vida tão desatômica, mas onde se esparge a luz que encanta?
Na angústia que se debruça na harmônica triste e lamenta o que se canta?
Divorcia assim a alegria do permissível e dissocia a sintonia do previsível...

Quando não se separa mais a paixão da imaginação...
É o estar nas nuvens e deixar sopitar o corpo tenso e febril...
Onde não se desiste em abandonar o presente pelo destino mil...

Então ter um sonho impermeável e se transformar num vulto...
Inexistir apenas – desfalecer de mansinho em lúdico passamento...
Adormecer o imo estatelado e condicionar o amor ao céu contristado...

Ressoa a vida tão desarmônica, mas onde há de se respirar felicidade?
No ar intangível dos pulmões ou no coração que acalenta a paixão ufana?
Persiste assim a utopia na beleza finita onde mais se regozija a alma mundana...

Quando o sol da vida queima como o sal do dia...
Desabam do firmamento estrelas na palma da mão...
O céu é um chamamento unialado ao incorpóreo coração...

Erguer o olhar em um solzinho todo aveludado...
Reexistir tão pio – aconchegar a alma quando se ama bem calmo...
Há de ser sempre bela a verdade quando não se alonga o eu no outro...

Ecoa a luz tão acústica com a paz no silêncio que completa...
Pertencer ao finito perfeito enquanto se volita pela imensidão que se incompleta...
Acalenta assim o perfume do som do universo nesse adevismo que a tudo abarca...

IamaI