DESVIOS

Sei da maré do pranto

e do espanto de tudo que chega junto

e não é acalanto.

É berrante de boi no esturro do vento,

Rangendo estridente nos nervos do Tempo,

se espalhando... (pelos elementos)

Sei bem!...

De quem chega e não avisa

de quem vai sem despedida

de quem abre a porta, mas não dá guarida

de quem fecha os olhos

e não escuta a Vida! ...

Sei!

Às vezes o olho é grande

mas o estômago não cabe o "Pão nosso"

que a Vida oferta.

Às vezes a vontade e a fome se entrelaçam

e conflituam com os limites do querer,

do que se pode, ou do que não se deve.

Às vezes o peito bumba

mas a alma se contrai contrariando a leveza de ser!

DV

8/18