IMÃS

Fitava seus movimentos na cozinha,

lá e acolá, abaixava, acendia e sorria

para os lados, já que sem olhar sabia

dos meus olhos (viam o que você fazia,

o que erguia, lacerava, fritava e bulia),

pois eram seus e só por você morriam,

enterravam a sete palmos e maldiziam.

E com você apenas eu sentia que vivia

aquele fim do nunca mais ter ninguém.

— Eu era um ímã. E você era também.