Camas

Com meus pés molhados,

de chuva.

sentado em um bar vazio

pondero sobre a cama bagunçada

que deixei em casa,

e sobre o frio de estar sozinho,

no meio da madrugada,

mesmo que esteja fazendo 30 graus,

ou mais.

Penso nas camas ensopadas

de suor

onde você se deitou,

e nas mentiras que contou

entre uma noite e outra.

entre o sexo e a loucura

que vivíamos a dois,

e o teu fiel cigarro

de depois.

Me embriago sempre,

para esquecer,

mas ainda lembro

lembro e tremo

de frio e de medo

de te encontrar em alguma esquina

e ter que encarar

os teus olhos.

Puta merda,

além de bêbado

sou um covarde

e talvez ainda meio louco.

autodestrutivo demais

para me amar,

sóbrio demais

para matar

a parte de mim

que ainda insiste

em te esperar.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 23/08/2021
Código do texto: T7326874
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