Dália em desalento

Não era noite nem dia

Era mais uma madrugada fria

Solitária como a dália

Sussurrando sozinha

Num jardim de erva daninha

Usando tudo que ainda tinha

Para permanecer de pé

Muito cansaço, nenhuma fé

O desespero a violentando de todas as formas possíveis

Choro amordaçado preso em risos intangíveis

Lágrimas que ninguém via

Serpenteando vorazes pela face vazia

Dor que ninguém socorria

Pavor que ninguém entendia

Alento que nunca vinha

Grito que não saía

Deus, que não existia

Cada dia uma eterna agonia

Pra que raízes sem dias felizes?

Pra que tanto empenho pra cair de joelhos?

Pra que tanta força pra fugir da forca?

O mato cresce devorando a dália

Que vida é essa que também é mortalha?

Volta logo luz do dia!

Rasga o espaço e me alumia

Que a escuridão da noite só aumenta a minha.

Lady Loen
Enviado por Lady Loen em 24/08/2021
Reeditado em 24/08/2021
Código do texto: T7327478
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