Vendaval

Pó de chão. Poeira levanta. Pés de vento

Mão na roda do tempo puxando parte pensamento

Poesia rasgando o chão do peito

Trazendo pra fora a flor

Que o poeta cultiva com sequidão,

abundancia de chuva,

seu sentimento

As tintas trazendo gesto

Preenchendo o arco-íris

Voz falando em cada pigmento

Voz de grito

Voz de profundo silêncio

Que espera em sua liberdade

O grande momento

Nascer poesia de planta

De pó

De chuva

No chão do peito do poeta

Um gesto trazido e levado pelo vento