O riso é a libertação da "seriedade"

Percebo que a mulher

É a utopia de criança,

E como toda utopia,

Vive sozinha,

Como uma verdade por dentro,

E uma negação do externo;

Como toda utopia é uma abnegação,

O realismo é aceitação de um não eu.

Sendo eu estes versos, o que não sou?

Já não sou o que penso e digo o que creio no momento;

Sendo aqueles o não eu, o eu o que seria?

Por que tanta condicional?

Qual a necessidade de um arranjo causal?

Sinto como se estivesse vivo apenas para mim,

Mas sinto-me morto para a vida,

O vitalismo do sangue pulsando em meu corpo,

A inércia do meu movimento natural,

A monotonia de analíticas em versos.

Sinto como se tudo fosse uma repetição,

Com pequenas diferenças, mas sempre retornando ao mesmo,

A destruição da esperança,

Disrupção do "ser" utópico,

A reafirmação da supremacia do mecânico,

O que funciona.

Sento-me em uma cadeira de nuvens,

Toco em pássaros que é foguetes;

Identifico as constelações,

Calculo as suas órbitas e penso no que sou em relação ao fazendo;

Discurso para mim em um vai e vem

De esperanças, como o pêndulo.

Não há salvação para aquilo que é,

E aceitar uma natureza impotente é

o equivalente a pular de um prédio crendo que vai saltar voou,

A nossa própria condição nos impossibilita

a aceitação, o máximo é autoconvencimento,

Ludibriação de um encéfalo maior do que o necessário que gera o câncer da razão,

E nos destrói ao nos impossibilitar de agir no mais fiel instinto;

Esta é a tragédia cômica do homem.

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 31/08/2021
Código do texto: T7332657
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