POEMINHAS PARA LER SEM PRETENSÕES.

Um vento

morno,

pare! Escute !

É seu hálito no

meu olhar,

desatando minha

imaginação,

seu hálito,

me

instiga a poesia,

viro cão querendo

caçar.

Imaginava

macio teus lábios,

sua cor, melanina,

na minha brancura,

tudo anedota,

me mostrou

ser cobra criada,

armando o bote

para uma dentada.

Teus lábios que

julgava suave,

chegou a vagar

na minha loucura,

agora, alcançou

meu coração,

essa terra mole,

que as vezes derrete

e escorre na face,

e as dores das gotas

pingam no chão.

O reflexo da lua

corta as almas ao

meio,

um só desejo invade

meu mundo,

tudo nítido, tão nítido,

eu, o silêncio , a lua,

bem juntos,

nesta noite,em plena

comunhão.

Neste momento,

há alguém desesperado,

querendo livrar a pele.

Não há como justificar

os preços nos mercados,

nem as sacolas vazias

nas mãos desanimadas,

é preciso inventar,

criar válvulas de escape,

por a massa nas ruas,

em nome da pátria.

Teus dedos

vadios, percorrem

minha face,

vão lendo eras,

vitórias e percalços,

onde

escorreram suores,

estrada onde a vida

passou,

teus dedos suaves,

tão doceis ,tão amáveis,

me instigam a ver,

o latejo das águas,

e a palmeira verde que

balouçam os galhos.

Nesta cidade

ninguém pode voar,

os olhos debruçam

nas janelas,

as línguas lavam

as vidas,

pombos sobrevoam

os aranham céus,

defecam nas cabeças

dos ímpios que ousam

voar,

tudo tão difícil aqui,

línguas,olhos e pombos,

para nós cercearem.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 05/09/2021
Código do texto: T7335695
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