POEMINHAS PARA LER SEM PRETENSÕES.
Um vento
morno,
pare! Escute !
É seu hálito no
meu olhar,
desatando minha
imaginação,
seu hálito,
me
instiga a poesia,
viro cão querendo
caçar.
Imaginava
macio teus lábios,
sua cor, melanina,
na minha brancura,
tudo anedota,
me mostrou
ser cobra criada,
armando o bote
para uma dentada.
Teus lábios que
julgava suave,
chegou a vagar
na minha loucura,
agora, alcançou
meu coração,
essa terra mole,
que as vezes derrete
e escorre na face,
e as dores das gotas
pingam no chão.
O reflexo da lua
corta as almas ao
meio,
um só desejo invade
meu mundo,
tudo nítido, tão nítido,
eu, o silêncio , a lua,
bem juntos,
nesta noite,em plena
comunhão.
Neste momento,
há alguém desesperado,
querendo livrar a pele.
Não há como justificar
os preços nos mercados,
nem as sacolas vazias
nas mãos desanimadas,
é preciso inventar,
criar válvulas de escape,
por a massa nas ruas,
em nome da pátria.
Teus dedos
vadios, percorrem
minha face,
vão lendo eras,
vitórias e percalços,
onde
escorreram suores,
estrada onde a vida
passou,
teus dedos suaves,
tão doceis ,tão amáveis,
me instigam a ver,
o latejo das águas,
e a palmeira verde que
balouçam os galhos.
Nesta cidade
ninguém pode voar,
os olhos debruçam
nas janelas,
as línguas lavam
as vidas,
pombos sobrevoam
os aranham céus,
defecam nas cabeças
dos ímpios que ousam
voar,
tudo tão difícil aqui,
línguas,olhos e pombos,
para nós cercearem.