Estranhismo

Que, coisa!

Sentipensar é trabalho.

Dá uma canseira.

Cê precisa de ver.

Mas, você não vai ver.

Demoro de aceitar que você não vai ver mesmo.

E é isso que me causa profundo estranhismo.

Fiquei na dúvida se seria estranhamento o correto a usar.

Preferi estranhismo, combina mais com o que sinto.

É novo. É diferente. É incomum.

Embora tenha sido tão comum nestes tempos.

Te espero.

Quando o que quero é só te ver de novo.

Como no sonho que tive essa noite.

Sorri de canto a canto quando te fitei de longe.

Continua lindo, o cenho franzido, o espanto ao me ver.

Foi sonho.

Podia não ser.

Tá uma dureza do lado de cá.

Dureza igual, me dizer todo santo dia que a gente não vai ser.

Eu digo, repito que a gente, já não é a gente mais.

Daí, depois tô lá te vendo em sonho.

Eta, que esperança é bicho insistente.

Que nem eu.

Teimoso que dói e que chega.

Mas, a gente vai indo.

Vivendo o estranhismo que é amar de longe.

Até o dia que algo mude, se dissipe, ou se transforme.

Amar até que o amor acabe.

Ou que tendo amado tanto, se gaste, desgaste e vire outra coisa.

Mariany Mendes
Enviado por Mariany Mendes em 10/09/2021
Código do texto: T7339094
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