AOS MOÇOS
Aos moços
Entre nuvens e pedras, olhei-me uma vez
E um cheiro de manhã perdia-se na noite,
Vi os moços rodopiando minha face
Como se mais de mim, quisessem que eu fosse.
De um orgulho inflamado, texto já batido
A nenhum oscilei minha dor feminina,
Criei-me num casco como filha e chorei
Sendo moça, anciã, mulher e menina.
Grata ao prazer. Óh moço meu bem!
Porque mais um gole de mim eu te dei
Mas, minha alma por enquanto é só minha
Porque nem mesmo eu ainda a achei.
Servi-te de meus lábios, de minha ternura
Do meu olhar e do desejo que arde
Se aqueça em meus braços aperta bem forte
Porque o agora já pode ser tarde.
É que falta teu olhar me olhar mais além
Minha inteligência ser mais amada
Enquanto não! Só os corpos existem
E minha alma seu moço, será mais ocultada.
Então não lamente acaso eu sumir
Amo eternamente no espaço de um instante
As superfícies fazem-me fugidia
Não pouso minha alma em solo inconstante.