O vazio do concreto

O vazio do concreto

Se arrasta em ondas tênues

Quanto tempo a chuva caiu

Antes que se pudesse

Separá-la das lágrimas

O grito no escuro da noite

No desespero do tiro

Um corpo alvejado

A sorte madrasta

Tudo o que não se esperava

Esperança vã

Só a chuva caindo

Enquanto a cidade em agonia

Seguia produzindo produtos

Mercadorias amargas

Compradas com sangue podre

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 16/09/2021
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