UMA CANÇÃO QUE ENTOA.
És borboleta
que sobrevoa o velho
açude,
procura uma flor,
sobrevoa entre minhas
ramagens,
olha as cicatrizes dos
meus galhos,
se inquieta com minha
inércia.
Lá fora o mundo pulsa,
artéria viva que leva
seiva e sangue a está
massa inerte.
Esse corpo que pisa
é chão que chora,
e essas lágrimas que escorre
seu repasto.
Teu silêncio me interroga,
e me desvenda,
vou escorrendo entre valas,
enquanto teu riso se esconde
atras das sombras.
Desvendo seu universo
numa metáfora ,
és borboleta que sobrevoa
velho açude para se saciar.
Minhas asas quer suas asas
para um voo supremo,
mas isso não basta,
por que querer é uma avenida,
por onde passam
inúmeras possibilidades.
Uma canção entoa,
e quer ouvidos para repousar...