ALUCINAÇÃO
Neste poema existe um sonho livre
Que você pautou para não sonhar
Um rio tisgo, um corpo morto a céu abeto.
Um cântico surdo, reprimido, que não quer calar
Existe um verso aberto, calado ao fundo
A cor da dor em cama escura
E, quase aberta, uma veia ao novo mundo
Neste poema existe à noite, o silêncio,
A voz do sonho reflete o dia.
Faz lembrar-te, destarte, agonia e cansaço.
Do teu corpo a dormir em pedra fria.
Existe o grito de teus pares que ecoa atrás dos muros
Existe a cólera, o riso daqueles que resistem.
Nesses versos nobres a espera do futuro.