Remota esperança

Trevas, que aumentam a percepção

Aguça os sentidos, deixa-me alerta

tensa, tensão no limite do corpo cansado, pensamentos em colapso.

Depois de um dia arrastado, agora noite anseio pela luz do dia

Preciso do calor dos primeiros raios de sol aquecer minha alma fria.

Essas intermináveis noites tem sido um martírio, quando todos dormem, vagueio sem rumo, entorpecida pelos meus próprios gritos abafados pra não despertar os justos.

Então eu arrasto-me sob o peso das lembranças que ferem com seus grilhões,  que amordaçam minhas emoções.

Às vezes eu deixo minha alma libertar -se a voar pra outros lugares, inimagináveis que aliviam o peso da dor.

Uso meus fragmentos como fonte de inspiração, viajo ao infinito de utopias, por sobre a densa névoa que cerra-me a visão.

Deixo-me guiar pela intuição a verter poesia por entre os movimentos das mãos frias, na remota esperança de que as emoções mais uma vez aflorem e arranquem-me dessa escuridão.