Narciso
Há tanto a entender
Mas se o particípio não existir,
Partes ficam soltas
Quando se vê às voltas
Com o que teima em lhe ferir,
Há bem pouco a se ler.
Entre gigantes egos
E focados umbigos,
Difícil encontrar amigos.
E por tantos perigos
Que o mundo oferece,
Calado vive o verbo.
Há muito a enxergar
Além do próprio universo
Existem outros também.
Há quem continue refém
Do espelho d'água; obsesso;
Sem outra alma tocar.