Ode à mim mesmo

Meu escrever é turvo,

Não há limpidez!

Só escrevo, rememoro!

Sentimento, e quadras para vocês!

Meu escrever é uma caminhada solitária

Ouço as muitas vozes:

Drummond me chama num verso,

Maneul Bandeira também!

E eu refém!

Nei sei qual é minha bandeira!

Só escrevo as amarguras da alma

Sou um amante introspectivo da vida,

à moda: Clarice Lispector!

Mais um José!

Quixotesco sonhador!

Um Fernando Pessoa, sem ser notado

pelas pessoas!

Que vivem frenéticas nos seus apartamentos,

Conectadas no aparelho celular!

Eu vou camoniando por aí:

" um amor que é fogo e arde sem se ver;

Uma ferida que doi e não se sente"

Eu sou um fiel remanescente,

E o mundo é minha solidão

Carrego dentro de mim, sem carregar

Dores que não cabem mais no coração

Meu celular agora:

Ligado ao fone de ouvido, faz barulho

De máquina de escrever.

Que saudades dessa máquina que nunca tive!

E nem nunca pude ter...

Escreveritus
Enviado por Escreveritus em 25/09/2021
Reeditado em 25/09/2021
Código do texto: T7350355
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