Só mais vinte e quatro horas

À noite;

estou n’Ela.

Preso mais uma vez.

À noite;

ao compasso do devaneio

e do vinho.

À noite;

quando tudo começa,

quando o sonho se acaba.

De madrugada

a tocha “alumeia”

o farol apagado.

De madrugada

o mar se levanta e,

quente, fervente, quebra na areia.

De madrugada,

lá pelas tantas das três,

em coro, os “coaxares.”

De dia,

rompendo a aurora,

o sol regozija seus raios.

De dia

e duas vezes ao dia

tem meia-noite e meio-dia.

De dia

o dia repete e esclarece à tarde

da noite a melodia.

Não se pode dizer da tarde.

O meio não se explica.

O meio é tudo e nada.

Na alçada do pensamento

configura-se a caminhada.

De tempos em tempos cantam estas coisas.

Nunca se sabe, nunca se entende,

só escuta e difere

a caminhada do batente.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 13/11/2007
Reeditado em 27/11/2008
Código do texto: T735139
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