Só mais vinte e quatro horas
À noite;
estou n’Ela.
Preso mais uma vez.
À noite;
ao compasso do devaneio
e do vinho.
À noite;
quando tudo começa,
quando o sonho se acaba.
De madrugada
a tocha “alumeia”
o farol apagado.
De madrugada
o mar se levanta e,
quente, fervente, quebra na areia.
De madrugada,
lá pelas tantas das três,
em coro, os “coaxares.”
De dia,
rompendo a aurora,
o sol regozija seus raios.
De dia
e duas vezes ao dia
tem meia-noite e meio-dia.
De dia
o dia repete e esclarece à tarde
da noite a melodia.
Não se pode dizer da tarde.
O meio não se explica.
O meio é tudo e nada.
Na alçada do pensamento
configura-se a caminhada.
De tempos em tempos cantam estas coisas.
Nunca se sabe, nunca se entende,
só escuta e difere
a caminhada do batente.