AVE AGOURENTA
Meia-Noite à hora em meu quarto insone!
Debruçado à lauda deste soneto espectro
Agourentas aves ao meu sonhar consome
Seria, o silêncio astuto de minha razão, é certo?
Por quê a mim tormento, ínfima criatura horrenda?
Sob um fito olhar de sarcástico deboche
Numa afirmativa: Sou no íntimo, vossa reprimenda!
Em um siso sentimento à aurora suplico à toda sorte.
Olho ao cume vejo como homem criatura intolerante!
Seu olhar esbugalhado penetra meu quimérico sonho
Como, simples aspirante, subornar tua consciência errante?
Em um ímpeto de autodefesa brado à criatura insana
Retraia-se, por favor, ilusória criatura! ...
Não vês, esta tua intolerância à humanidade emana?